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POLÍTICA DE PRIVACIDADE

Mapa govtech aponta crescimento de 493% de startups focadas em resolver problemas do setor público

POR Deyvid Alan  -   

As govtechs - startups e empresas que desenvolvem soluções tecnológicas para o setor público - estão ganhando espaço e transformando a maneira como os governos se relacionam com os cidadãos.

Com soluções que vão desde a automatização de processos internos até aplicativos que permitem a participação direta dos cidadãos nas políticas públicas, as govtechs provocam um impacto positivo na gestão pública, como a redução de custos e do tempo de resposta às demandas da comunidade.

Divulgado na última semana, o Mapa Govtech, realizado pelo BrazilLab - primeiro hub de inovação GovTech do Brasil e da América Latina - em parceria com a Oracle, empresa de tecnologia em nuvem e infraestrutura de computação, mostra esse crescimento.

Segundo o CEO do BrazilLab, Guilherme Dominguez, o crescimento desse ecossistema nos últimos quatro anos ocorreu em volume e qualidade, principalmente se comparado ao último mapa govtech realizado em parceria com o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF).

Em 2020, quando o estudo foi divulgado, foram identificadas 80 govtechs brasileiras vendendo de maneira consistente para governos ou atuando em parcerias com o setor público de forma recorrente. Apenas 20 iniciativas de inovação aberta para o governo existiam há quatro anos.

De lá para cá, 475 startups, pequenas e médias empresas foram criadas e passaram a vender ou colaborar com o governo. Um aumento de 493% na oferta de soluções focadas em resolver problemas do setor público.

Hoje já são 330 iniciativas de inovação aberta ou laboratórios de inovação voltadas para esse mercado, um crescimento de quase 16 vezes, segundo o BrazilLab. De acordo com o mapeamento, a maioria das iniciativas, cerca de 56%, está vinculada ao Poder Executivo, número que evidencia o impacto dos serviços públicos digitais nos municípios.

“O ecossistema govtech está num momento consolidado, cresceu quase seis vezes nos últimos quatro anos e mais da metade da população brasileira já se beneficia dessa oferta. O resultado deste ano nos deixa otimistas de que talvez cresça no mesmo ritmo até 2030”, aponta Guilherme.

Mapa govtech e estudos internacionais colocam Brasil como referência em serviços digitais

O Brasil também tem se destacado no cenário mundial de govtechs. Em 2022, o país foi reconhecido pelo Banco Mundial no GovTech Maturity Index (GTMI) como um dos líderes em governo digital no mundo.

Entre as 198 economias avaliadas, o Brasil se destacou como um dos 22 países com as melhores práticas. Já na pesquisa sobre governo eletrônico da Organização das Nações Unidas (ONU) de 2022, o Brasil foi classificado como quarto país da América do Sul com melhor oferta de serviços públicos digitais.

No Índice de Governo Digital 2023 da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil apresentou um desempenho acima da média dos países da organização e à frente de nações como Lituânia, Espanha, Países Baixos, Áustria e Israel.

Além de ter avançado seis posições no Índice Global de Inovação 2023, realizado pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual, o Brasil foi considerado a economia mais inovadora da região da América Latina e Caribe pela primeira vez, ultrapassando o Chile.

Para Enrique Zapata, coordenador de Inteligência de Dados, Govtech e Governo Aberto do CAF, essa década será um período importante para estabelecer as bases para a maturidade do ecossistema govtech na América Latina.

“Trata-se de um fenômeno global e continuará crescendo exponencialmente. Num mundo em que as tecnologias avançam a cada dia, os governos contam com o setor privado para entender como aplicar e potencializar o uso dessas tecnologias em ambientes onde os orçamentos são escassos”, explica Enrique.

Ele pontua também que para escalar esse crescimento é preciso atualizar os sistemas de compras públicas, o que vai permitir uma relação mais fácil e ágil entre os governos e as govtechs.

O maior investimento na Latam é do Brasil

A oferta qualificada de soluções tecnológicas, a demanda crescente por transformação digital nos órgãos públicos, o ambiente regulatório adequado e os bons resultados favorecem a entrada de capital nesse ecossistema.

Prestes a atingir um valuation de US$ 1 trilhão até 2025, segundo dados da consultoria inglesa Public, o mercado govtech pode se tornar um dos setores digitais mais importantes da economia global, se não o mais importante, criando novos e melhores serviços públicos.

Os investimentos que giravam na casa dos R$ 200 mil multiplicaram-se por 11, desde que o movimento govtech começou no Brasil. O aporte em uma govtech "brazuca" foi o maior da América Latina e abriu um precedente no setor: empreender no setor público pode ser tão sexy quanto ter uma fintech, healtech ou startup de inteligência artificial.

Fundada em 2017 pelo arquiteto Marco Antonio Zanatta, quando a expressão govtech ainda começava a se difundir pelo mundo, a Aprova é uma plataforma para gestão e automação de processos no setor público. 

Baseada no modelo Saas (Software as a Service), utiliza integrações, automações e inteligência artificial para modernizar instituições públicas e tornar os serviços mais eficientes.

No final de 2022, a empresa recebeu um investimento de R$ 22,5 milhões em uma rodada Seed liderada pela VOX Capital — gestora do fundo de CVC de Impacto do Banco do Brasil — e pela Astella.

O valor representa quase metade da quantia captada por govtechs brasileiras em oito das maiores operações divulgadas desde 2020, que totalizou R$ 48 milhões – segundo dados do LAVCA (Association for Private Capital Investment in Latin America) e Sling Hub.

Marco, que também é CEO da Aprova, projeta um crescimento exponencial nos próximos três anos. "Com cinco vezes mais fornecedores e entusiastas, o capital vai seguir esse caminho. Trabalhar com o governo será tão sexy quanto hoje é atuar em vertentes mais populares do ecossistema", destaca.

Para ele, o Governo como Serviço vai empregar o melhor da tecnologia do setor privado para que gestores e servidores públicos melhorem suas operações gerais e ofereçam aos cidadãos a experiência que eles desejam.

Segundo o empresário, à medida que os gestores públicos identificam a importância dessa transformação - o que já vem acontecendo em muitos municípios brasileiros - a demanda aumenta e impulsiona investimentos em novas soluções para melhorar a oferta de serviços para população em diferentes locais e camadas.

"Vivemos uma revolução silenciosa que está transformando a América Latina em um continente digital, referência em serviços públicos autônomos e eficientes que oferecem uma experiência tão positiva quanto a já vivenciada (e aprovada) pelas pessoas no setor privado ao decidirem o que comer, onde comprar, como viajar ou socializar", conclui Marco.

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Ana Karla Martins