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POLÍTICA DE PRIVACIDADE

Marketing político em ano eleitoral: o que pode e o que não pode

POR Deyvid Alan  -   

O cenário eleitoral do ano de 2024 se aproxima, trazendo consigo um assunto que desperta inúmeras dúvidas entre os agentes públicos: o marketing político.

Essencialmente neste período, a publicidade e a comunicação da prefeitura e do legislativo com os cidadãos tornam-se elementos cruciais, e demandam uma compreensão aprofundada da legislação para evitar consequências adversas.

O entendimento do código eleitoral é o ponto de partida para agentes públicos que buscam orientação de como fazer o marketing político durante o ano de eleição.

Conceitos fundamentais como propaganda eleitoral, uso de recursos públicos, e prazos para desincompatibilização, ganham destaque, especialmente para garantir a transparência e a integridade do processo democrático.

Este artigo aborda os aspectos do marketing político em ano eleitoral, destacando o que é permitido e o que é vedado aos agentes públicos, delineando um guia essencial para uma atuação ética e legal.

Mas o que é o marketing político?

O marketing político concentra a aplicação de estratégias e técnicas de marketing para promover candidatos políticos, partidos, ideias políticas ou governos.

Essa prática busca influenciar a opinião pública, ganhar a simpatia dos eleitores e, em última instância, alcançar sucesso em eleições e pleitos políticos.

Diferentemente do marketing comercial, que visa promover produtos ou serviços, o marketing político envolve a construção de uma imagem política positiva, a transmissão de mensagens persuasivas e a gestão da reputação de candidatos ou instituições políticas.

Ele abrange uma variedade de ferramentas e estratégias, incluindo publicidade, relações públicas, comunicação digital, eventos públicos, pesquisas de opinião, entre outros.

O marketing político não se limita apenas ao período eleitoral, sendo uma prática contínua que visa manter e fortalecer a presença e a imagem do político ou partido entre os eleitores ao longo do tempo.

É importante notar que, embora o marketing político seja uma ferramenta valiosa para a comunicação eficaz e o engajamento com o eleitorado, seu uso inadequado pode gerar consequências negativas para a integridade do processo democrático.

Condutas permitidas nas ações de marketing político

Durante o período eleitoral, há uma série de condutas permitidas aos agentes públicos. A comunicação institucional, que não tem caráter eleitoral, é um exemplo.

Nesse sentido, é possível destacar projetos e ações do governo, desde que não haja promoção pessoal. A habilidade de articular ações governamentais sem escorregar para a promoção pessoal é essencial para manter uma narrativa legal.

Boas práticas de comunicação e publicidade que respeitam essas diretrizes incluem a divulgação de realizações, sem qualquer viés eleitoral, e o compartilhamento de informações de interesse público de forma imparcial.

As condutas permitidas durante o período eleitoral podem variar de acordo com a legislação eleitoral de cada país, pois as regras específicas são estabelecidas em conformidade com as leis locais.

Algumas condutas permitidas incluem:

Comunicação institucional

Agentes públicos podem divulgar ações governamentais de forma neutra e informativa, desde que não haja caráter eleitoral explícito. Destaque para a transparência e prestação de contas à sociedade.

Participação em eventos oficiais

Entre as ações de marketing político também é permitida a participação em eventos públicos e oficiais, como inaugurações, seminários e cerimônias, quando não utilizados como plataforma eleitoral.

Divulgação de projetos e realizações

Destaque de projetos e realizações governamentais que beneficiem a comunidade, desde que não haja promoção pessoal ou caráter eleitoral.

Mídias sociais de caráter institucional

Uso de contas institucionais em mídias sociais para comunicar ações do governo, desde que mantendo a neutralidade e evitando campanhas explícitas.

Informação de interesse público

Divulgação de informações de interesse público, como orientações sobre saúde, segurança e serviços públicos também são permitidas nas ações de marketing político.

Presença em debates e discussões públicas

Participação em debates, fóruns e discussões públicas que não possuam caráter eleitoral e estejam relacionados a assuntos de interesse da comunidade.

É essencial observar que, mesmo em condutas permitidas, a imparcialidade, a neutralidade e a ausência de promoção pessoal são princípios fundamentais a serem respeitados

Marketing político: o que não fazer

As condutas vedadas constituem uma zona de risco, onde agentes públicos precisam redobrar a atenção. Elas são estabelecidas para preservar a equidade, transparência e lisura do processo eleitoral.

Elas buscam evitar o uso indevido da máquina pública, a promoção pessoal, o desequilíbrio entre os candidatos e a influência indevida sobre o eleitorado.

A proibição de distribuição gratuita de bens, valores ou benefícios, por exemplo, visa evitar o uso indevido da máquina pública em favor de candidaturas.

Casos históricos de práticas inadequadas durante o período eleitoral reforçam a importância do cumprimento dessas regras.

A compreensão equivocada das limitações legais pode resultar em sanções severas, comprometendo a carreira política dos envolvidos.

Entre as condutas vedadas mais comuns nas ações de marketing político, estão:

Distribuição gratuita de bens e serviços

É proibida a distribuição gratuita de bens, valores ou benefícios por parte dos agentes públicos. Isso evita o uso da máquina pública para obtenção de vantagens eleitorais, garantindo igualdade de condições entre os candidatos.

Contratação de shows e eventos artísticos

As ações de marketing político também restringem a contratação de shows e eventos artísticos pagos com recursos públicos, visando evitar o uso de entretenimento como forma de promoção pessoal durante o período eleitoral.

Publicidade institucional fora dos prazos estabelecidos

Também não é permitida a veiculação da publicidade institucional fora dos prazos estabelecidos pela legislação eleitoral. Isso impede que a divulgação de ações do governo seja utilizada como plataforma eleitoral.

Nomeação, contratação ou demissão de servidores

Neste período é restrita a nomeação, contratação ou demissão de servidores públicos nos três meses que antecedem o pleito. Essa medida evita a utilização da máquina pública para fins eleitorais.

Realização de obras públicas

A realização de obras públicas também é vetada durante o período eleitoral, especialmente aquelas que possam ser percebidas como estratégias eleitorais.

Publicidade de atos, programas, obras ou serviços

Fica restringido também a publicidade de atos, programas, obras ou serviços dos órgãos públicos que possa ser interpretada como promoção pessoal. A veiculação de publicidade paga na imprensa oficial é proibida nos três meses que antecedem o pleito, com o objetivo de evitar o uso da publicidade como ferramenta eleitoral.

Instituição de novos programas sociais

Nos três meses que antecedem a eleição, também fica proibida a instituição de novos programas sociais nas ações de marketing político, a fim de evitar a utilização de projetos sociais como estratégia eleitoral.

Essas condutas são proibidas para garantir um ambiente eleitoral equitativo, onde todos os candidatos tenham oportunidades justas e evitando que o aparato estatal seja utilizado de forma inadequada para influenciar o resultado das eleições.

A observância rigorosa dessas restrições é crucial para a preservação da democracia e a integridade do processo eleitoral.

6 motivos para cumprir a legislação eleitoral nas ações de marketing político

As consequências legais para agentes públicos que violam as regras eleitorais nas ações de marketing político, são significativas e podem ter impactos duradouros.

Multas, inelegibilidade e outras penalidades estão previstas, visando garantir a lisura do processo eleitoral. Outras penalidades, embora variadas, têm em comum o propósito de assegurar a lisura e legitimidade do processo eleitoral.

Algumas das principais consequências incluem:

1. Multas

O agente público que violar as normativas eleitorais está sujeito a penalidades financeiras. As multas são aplicadas como uma medida punitiva e têm o propósito de desencorajar práticas inadequadas.

O valor pode depender da gravidade da infração cometida, levando em consideração fatores como a extensão da irregularidade, a reiteração de condutas, o impacto no processo eleitoral, entre outros.

2. Inelegibilidade

O descumprimento das regras eleitorais pode resultar na inelegibilidade do agente público por um período determinado. Essa penalidade impede que o indivíduo concorra a cargos eletivos em eleições futuras, afetando diretamente sua carreira política.

3. Impugnação do registro de candidatura

Se as práticas inadequadas ocorrerem no processo de registro de candidatura, o pedido de registro pode ser impugnado, resultando na impossibilidade de o candidato concorrer.

4. Ações de investigação judicial eleitoral

O Ministério Público Eleitoral pode instaurar ações de investigação judicial eleitoral para apurar irregularidades cometidas por agentes públicos. Essas ações têm o objetivo de investigar e, se confirmadas as irregularidades, podem levar à aplicação de penalidades.

5. Perda do mandato

Em casos mais graves, o agente público que comete irregularidades durante o período eleitoral pode ter seu mandato cassado. Isso significa a perda imediata da função que ocupa, resultando em uma interrupção abrupta de suas atividades no cargo.

6. Criminalização de condutas

Em situações mais graves, o descumprimento da legislação eleitoral pode configurar crimes eleitorais, sujeitos a processos criminais. As penalidades criminais podem incluir prisão, conforme determinado pela legislação local.

Essas consequências são aplicadas de acordo com a gravidade das infrações e podem variar de acordo com a legislação eleitoral específica do país.

É importante que agentes públicos estejam cientes das normativas vigentes e atuem de maneira ética e transparente para evitar possíveis penalidades e preservar a integridade do sistema democrático.

Como garantir uma comunicação adequada com a população durante o período eleitoral

A comunicação adequada com os munícipes durante o período eleitoral é um desafio que demanda sensibilidade, responsabilidade e respeito às normativas legais.

Ela deve ser pautada por princípios proativos que fortaleçam a relação entre agentes públicos e a comunidade.

Para isso, é essencial adotar uma abordagem que promova transparência, participação ativa e uma conexão genuína com as necessidades da população, sem infringir as regras estabelecidas nas ações de marketing político.

  • A transparência deve ser a base da comunicação

Isso implica em compartilhar informações de maneira clara e acessível sobre as ações do governo, projetos em andamento e resultados alcançados. Essa abertura contribui para construir confiança e demonstra um compromisso real com a prestação de contas

  • A participação ativa dos munícipes também deve ser incentivada

Crie espaços para diálogo, como audiências públicas, fóruns comunitários e consultas populares. Esses momentos não apenas oferecem oportunidades para os cidadãos expressarem suas opiniões, mas também permitem que se sintam parte integrante do processo decisório.

  • A humanização da comunicação é outra dimensão crucial

Evite uma linguagem burocrática e distante, buscando uma abordagem mais próxima e compreensível para a população. Utilize canais de comunicação variados, incluindo mídias sociais e eventos presenciais, para se adaptar às diferentes formas como os munícipes se informam.

  • O foco na solução de problemas é uma estratégia eficaz

Ao comunicar as ações do governo, destaque como essas iniciativas abordam desafios específicos enfrentados pela comunidade. Mostre como as políticas públicas impactam positivamente a vida das pessoas e resolvem questões do cotidiano.

  • Esteja atento aos feedbacks da comunidade

Escute as preocupações, sugestões e críticas de forma ativa e aberta. Isso não apenas demonstra um compromisso genuíno com o bem-estar da população, mas também permite ajustar políticas e ações de acordo com as reais necessidades.

Em suma, para garantir a eficácia das estratégias de marketing político, é necessário uma abordagem proativa, centrada na transparência, participação ativa, humanização e resolução de problemas.

Ao construir uma narrativa que conecta o governo à comunidade de maneira significativa, cria-se uma base sólida para o fortalecimento da confiança mútua e o desenvolvimento de uma sociedade mais engajada e informada.

Deixe um legado permanente na sua gestão

No ano eleitoral, a compreensão das regras do marketing político é essencial para a atuação ética e legal dos agentes públicos e para a preservação da integridade do processo democrático.

Juntamente aos resultados proporcionados pelas ações do governo como a geração de empregos, a melhoria dos serviços públicos e a inovação na gestão pública, o marketing político pautado pela ética, ajuda a garantir o sucesso nas eleições.

Transformar e modernizar o serviço público é a melhor forma de deixar um legado permanente em sua gestão.

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Ana Karla Martins