Nos últimos anos, a Inteligência Artificial (IA) emergiu como uma força transformadora em vários setores, revolucionando a forma como as empresas conduzem os negócios.
Você já imaginou como ela pode transformar o serviço público e beneficiar o cidadão?
Neste artigo, vamos mostrar como a IA na gestão pública pode trazer diversos benefícios, tanto para o servidor público quanto para o cidadão, ao aumentar a eficiência, a qualidade e a transparência dos serviços.
Também veremos alguns exemplos práticos de como a IA pode ser aplicada na gestão pública brasileira e por fim, vamos entender o trabalho e o futuro do servidor público com a chegada das novas tecnologias. Acompanhe!
Para entender como a IA funciona, é preciso saber que ela se baseia em dois elementos principais: dados e algoritmos.
Os dados são as informações que alimentam os sistemas de IA, como textos, imagens, sons, números, etc. Os algoritmos são as regras e os cálculos que processam os dados e geram os resultados, como respostas, decisões, ações, etc.
Existem diferentes formas de fazer os algoritmos processarem os dados e aprenderem com eles. Algumas das principais abordagens são:
É o processo pelo qual os algoritmos aprendem a partir dos dados, sem a necessidade de programação explícita. Eles podem identificar padrões, fazer previsões, classificar objetos, reconhecer vozes, etc.
Um exemplo de aprendizado de máquina é o Netflix, que usa algoritmos para analisar o comportamento e as preferências dos usuários e recomendar filmes e séries personalizados para cada um.
É um tipo de aprendizado de máquina que utiliza redes neurais artificiais, que são estruturas inspiradas no funcionamento do cérebro humano, com camadas de neurônios que se conectam e se ativam.
O aprendizado profundo permite que os algoritmos realizem tarefas mais complexas e sofisticadas, como gerar imagens, textos, músicas, etc.
Um exemplo de aprendizado profundo é o Chat GPT ou Copilot, que são inteligências capazes de gerar conteúdo a partir de textos de entrada - comando fornecido por quem está utilizando o sistema.
É o aprendizado de máquina que permite que os algoritmos entendam, analisem e gerem linguagem humana, seja escrita ou falada. O processamento de linguagem natural pode ser usado para traduzir textos, resumir documentos, extrair informações, responder perguntas, etc.
Um exemplo de processamento de linguagem natural é o Siri, um assistente virtual que pode entender e responder a comandos de voz dos usuários.
O processamento de linguagem natural também é utilizado na Alexa - a inteligência artificial da Amazon que é controlada por voz. Assim como o Siri, ela responde aos comandos dos usuários podendo tocar músicas, contar piadas, controlar dispositivos de casa e outros.
Essas são apenas algumas das abordagens e aplicações da IA, que é um campo muito amplo e diverso, com muitos desafios e oportunidades.
A IA tem se tornado cada vez mais presente em diversos setores da sociedade, como saúde, educação, entretenimento, indústria, comércio e também na gestão pública.
Na gestão pública, a Inteligência artificial já é uma realidade que pode revolucionar a administração, otimizando processos, agilizando a tomada de decisões e elevando o nível dos serviços oferecidos.
Ela é capaz de gerar diversos benefícios, tanto para o servidor público quanto para o cidadão. Vejamos alguns deles:
A IA na gestão pública pode auxiliar o servidor público a realizar tarefas rotineiras, burocráticas e repetitivas - que consomem tempo e recursos - de forma mais rápida, precisa e econômica.
Assim, as atividades repetitivas, que hoje dominam a pauta do servidor - como preenchimento de formulários, processamento de documentos e atualização de registros - são realizadas por um sistema capaz de realizar tarefas operacionais de forma mais eficiente e precisa, menos suscetível a erros e corrupção.
Em Varginha, Minas Gerais, a aprovação de projetos da construção civil envolvia cerca de 11 servidores de diferentes setores, isso para concluir um único atendimento.
Com a automação de processos realizada e a inserção da IA, mais de 80% dos pedidos da população são resolvidos em menos de um mês por apenas um servidor.
Automatizar os processos e utilizar a Inteligência Artificial na gestão pública não elimina a importância do trabalho do servidor, pelo contrário. Hoje os servidores de Varginha se dedicam a atividades mais estratégicas que demandam uma análise minuciosa e a tomada de decisões que não é feita por uma máquina.
Com um dos principais gargalos resolvidos na Secretaria de Planejamento Urbano - a lentidão e a demora na análise - os servidores puderam focar na atualização do cadastro imobiliário, demanda que estava parada há anos devido a alta demanda de trabalho dos servidores.
Além de Varginha, a cidade de Cascavel, no Paraná, também conquistou resultados incríveis depois de automatizar os processos do Instituto de Planejamento. Confira:
A Inteligência Artificial na gestão pública pode otimizar o atendimento oferecido aos cidadãos em diferentes aspectos, como na entrega de uma comunicação mais eficiente, no aumento da agilidade em transações e em uma personalização ampliada.
De acordo com a Forrester, 89% dos chatbots são úteis na personalização das interações com os clientes, impactando sua qualidade. Os níveis de satisfação do cliente devem crescer 25% até 2023 nas organizações que usam IA, segundo dados da Gartner.
A IA pode ampliar a transparência e a participação cidadã na gestão pública, ao facilitar o acesso, o compartilhamento e a análise de dados públicos, que são fundamentais para o controle social, a fiscalização e a prestação de contas.
Por exemplo, inserida em plataformas digitais, aplicativos e chatbots, a IA na gestão pública permite aos cidadãos consultar, solicitar, acompanhar e avaliar os serviços públicos, bem como denunciar irregularidades, sugerir melhorias e colaborar com soluções.
Ela também consegue auxiliar o servidor público na elaboração, na implementação e na avaliação de políticas públicas, ao coletar, processar e interpretar as opiniões, as demandas e as propostas dos cidadãos, bem como ao fornecer feedbacks, esclarecimentos e orientações.
A Inteligência Artificial (IA) é uma grande aliada dos gestores públicos para analisar a situação das suas prefeituras, secretarias, órgãos e entidades.
Com a IA é possível obter insights valiosos, automatizar processos, melhorar a eficiência e a qualidade dos serviços públicos e aumentar a transparência.
Veja alguns exemplos práticos de como a IA pode ajudar os gestores públicos:
A IA pode auxiliar os gestores públicos a sintetizar as informações mais relevantes de documentos extensos e técnicos, como leis, normas, relatórios, pareceres, etc. É uma solução para agilizar a tomada de decisão, além de melhorar a comunicação interna e externa.
A IA também ajuda os gestores a identificar as principais necessidades, problemas, sugestões e reclamações dos cidadãos, a partir da análise de dados provenientes de diferentes canais, como ouvidorias, redes sociais, aplicativos, etc. Isso pode facilitar a priorização de ações, a alocação de recursos, a definição de metas e indicadores, e a avaliação de impacto.
A IA na gestão pública também ajuda a projetar cenários e tendências futuras, a partir da análise de dados históricos e atuais, como indicadores socioeconômicos, demográficos e ambientais. Isso pode auxiliar no planejamento estratégico, na formulação de políticas públicas, na prevenção de riscos e na adaptação às mudanças.
Assista o vídeo e fique por dentro das principais tendências tecnológicas para o setor público.
Outra IA já utilizada em muitas cidades ajuda os gestores públicos a monitorar e proteger o meio ambiente. A partir da análise de imagens de satélite e de sensores remotos, a IA consegue identificar áreas de desmatamento e queimadas, calcular o índice de vegetação e estimar a emissão de carbono.
Os gestores públicos também já conseguem melhorar a qualidade e a eficiência dos serviços de saúde através da Inteligência Artificial. A partir da análise de dados clínicos, epidemiológicos e genéticos, a IA pode auxiliar no diagnóstico de doenças, no tratamento, na prevenção, na pesquisa e na gestão.
Em 2020, a partir da análise de uma imagem de uma lesão, a IA detectou um melanoma (tipo de câncer de pele), em uma paciente moradora de São Paulo. O diagnóstico foi confirmado por um dermatologista e o caso publicado na revista Scientific Reports.
Esses são apenas alguns exemplos de como a IA pode ajudar os gestores públicos a melhorar a rotina de suas cidades. Trata-se de um campo muito amplo e diverso, com muitas possibilidades.
Estar atento às oportunidades, buscar informações sobre o tema e se cercar de tecnologias comprovadamente eficazes, é a melhor forma de resolver muitos dos problemas enfrentados pela gestão pública.
A IA na gestão pública é uma tendência mundial, que pode trazer inúmeros benefícios e deve ser utilizada como uma ferramenta de apoio ao trabalho humano.
A Inteligência Artificial e a automação de processos com sistemas para prefeituras é uma oportunidade de gerar expansão e conexão na administração pública, e não uma ameaça ao emprego ou à democracia.
A coordenadora-geral de Serviços de Transformação Governamental da Diretoria de Inovação da Enap, Adriana Phillips Ligiero, não acredita que haverá substituição da mão-de-obra. Mas considera fundamental que os servidores públicos se adaptem às novas tecnologias e aprendam a utilizá-las de maneira estratégica.
“O conjunto de competências necessárias é muito maior do que apenas saber usar as tecnologias. Porém, estar capacitado sobre as possibilidades de aplicação é indispensável para que ele possa pensar em estratégias para resolver os problemas dos cidadãos”, explica.
Nesse contexto, Adriana considera necessário um grau mínimo de alfabetização digital e entendimento básico sobre padrões e lógica de programação. Além de estarem predispostos a se adaptar às mudanças, desenvolvendo novas habilidades e competências que os tornem relevantes em um mundo cada vez mais digital.
Segundo ela, nos próximos anos o servidor público deverá atuar mais como solucionador de problemas, em atividades político-estratégicas - onde há um componente de cultura, de contato, de relações pessoais - que não podem ser feitas por máquinas.
“As tecnologias não irão acabar com o funcionalismo público. Os trabalhos manuais e repetitivos, a análises de dados e outras atividades podem deixar de ser feitas pelos servidores, mas o contato humano nunca será completamente substituído”, finaliza Adriana.
Agora você sabe como a IA na gestão pública pode transformar o serviço público e beneficiar o cidadão e servidores, ao aumentar a eficiência, a qualidade e a transparência.
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