O Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA) , lançado para o período de 2024 a 2028, é uma estratégia ambiciosa que visa transformar o Brasil em um dos líderes globais no desenvolvimento e uso de Inteligência Artificial (IA).
O plano tem como base a ideia de que a IA pode resolver desafios sociais, econômicos e ambientais, promovendo a inclusão e o desenvolvimento sustentável. Com investimento total de R$ 23 bilhões , o PBIA busca consolidar o Brasil como referência mundial, utilizando a IA para promover inovações em diversos setores.
O PBIA é uma proposta inclusiva que foi desenvolvida por meio de um processo colaborativo envolvendo o setor privado, a sociedade civil, e instituições governamentais. Entre seus principais objetivos estão:
O Plano Brasileiro de Inteligência Artificial está dividido em cinco eixos principais:
O objetivo é posicionar o Brasil como um líder global em IA, com projetos como a criação de supercomputadores e o desenvolvimento de aceleração de IA de alto desempenho. Esse eixo contará com investimentos de R$ 5,79 bilhões.
Visa capacitar profissionais em IA em todos os níveis. O plano inclui programas de formação e requalificação de talentos e a criação de parcerias público-privadas para aumentar a qualificação em IA. Este eixo contará com R$ 1,15 bilhões de investimento.
O PBIA busca tornar o Brasil um modelo global de eficiência no uso de IA no setor público, melhorando a qualidade dos serviços oferecidos aos cidadãos. Este eixo inclui a criação de uma Nuvem Soberana para garantir a segurança e privacidade dos dados públicos e contará com R$ 1,76 bilhão em investimentos.
Com foco no apoio à indústria e na promoção de startups de IA , este eixo busca fomentar a cadeia produtiva de IA e aumentar a competitividade do Brasil no mercado internacional. O valor destinado será de R$ 13,79 bilhões.
Este eixo é crucial para garantir que o desenvolvimento da IA no Brasil seja ético e responsável, promovendo a transparência algorítmica e a proteção de dados . Para isso, o PBIA planeja investir R$ 103,25 milhões.
O Plano Brasileiro de Inteligência Artificial abrange uma ampla gama de setores, com soluções específicas para desafios em áreas como saúde, educação, meio ambiente e indústria.
Saúde: No setor da saúde, o PBIA propõe a implementação de robôs autônomos para desinfecção de ambientes hospitalares, o uso de IA para transcrever teleconsultas diretamente em prontuários eletrônicos, e o desenvolvimento de tecnologias para diagnóstico precoce de doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson.
Educação: A IA será usada para personalizar o ensino e enfrentar a evasão escolar. Além disso, o PBIA prevê a criação de sistemas de tutoria inteligentes para apoiar professores e melhorar o desempenho dos alunos, com foco especial em disciplinas como matemática.
Agricultura e meio ambiente: O PBIA também promove o uso de IA na agricultura para aumentar a produtividade e a sustentabilidade, além de monitorar biomas como a Amazônia para identificar espécies vegetais de interesse.
Indústria: Na área de inovação empresarial, o PBIA incentiva o uso de IA para detecção de fraudes e otimização de processos industriais, promovendo a criação de datacenters de alta capacidade e sustentabilidade.
O plano também coloca grande ênfase na inclusão social e na sustentabilidade ambiental. Ao investir em fontes de energia renovável para alimentar a infraestrutura de IA, o Brasil busca garantir que o desenvolvimento tecnológico seja ambientalmente responsável.
Além disso, o PBIA busca promover a formação de talentos em IA, especialmente entre grupos historicamente marginalizados, garantindo que os benefícios da tecnologia sejam amplamente compartilhados.
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Vários países, como Estados Unidos, China e membros da União Europeia, têm estratégias adotadas robustas para fomentar o desenvolvimento da IA, e o Brasil está adotando ações estratégicas para não ficar para trás.
O plano de IA dos EUA prevê investimentos de R$ 63 bilhões em pesquisa e desenvolvimento até 2024, além de aportes privados estimados em R$ 380 bilhões até 2023. O foco está em manter a liderança em inovação tecnológica e em segurança cibernética, com forte envolvimento da iniciativa privada.
A China planeja investir R$ 306 bilhões em datacenters para apoiar o desenvolvimento de IA, consolidando sua posição como líder em infraestrutura tecnológica. O país também tem investimentos privados significativos, alcançando R$ 39 bilhões.
Na Europa, a Alemanha, a França e a Itália também têm metas ambiciosas para IA. A Alemanha planeja investir R$ 29 bilhões em sete anos para fortalecer sua pesquisa em IA, enquanto a França alocou R$ 14 bilhões até 2030 para desenvolver infraestrutura e fomentar o ecossistema de pesquisa. A Itália investirá R$ 6 bilhões em startups e infraestrutura de supercomputação.
Embora os valores de investimento do PBIA sejam menores que os de potências como China e Estados Unidos, o Brasil está focado em áreas estratégicas que o posicionam competitivamente:
Enquanto países como os EUA e a China focam intensamente em usos militares e comerciais da IA, o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial tem um forte foco em inovações no setor público, algo que também é destaque no plano da União Europeia.
Essas prioridades fazem do plano brasileiro um exemplo robusto de como países em desenvolvimento podem utilizar a IA de forma estratégica para promover a inclusão, a eficiência governamental e o crescimento econômico sustentável.
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