Gestão
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Do papel ao digital: como a gestão eletrônica de documentos transforma a administração pública
Saiba como a gestão eletrônica de documentos pode eliminar gargalos da gestão física nas prefeituras, garantindo mais agilidade, controle e segurança nos processos públicos.
29/07/2025
Arquivos desorganizados, processos travados e pilhas de papel ocupando salas inteiras ainda fazem parte da realidade de muitas prefeituras brasileiras.
Só quem lida com ofícios extraviados, versões sobrepostas de um mesmo documento e dificuldade para cumprir prazos sabe o quanto a gestão física atrasa — e custa caro.
Mas esse cenário tem solução. E ela não está em empilhar PDFs em pastas digitais nem em simplesmente digitalizar o que já existe em papel.
A transformação começa pela gestão eletrônica de documentos — uma mudança estrutural na forma como o governo organiza, acessa e controla suas informações.
O que é gestão eletrônica de documentos?
Gestão eletrônica de documentos é o conjunto de práticas, métodos e tecnologias que permite o controle de arquivos em formato digital, ao longo de todo seu ciclo de vida — da criação ao arquivamento ou descarte.
Não estamos falando de um sistema de gestão eletrônica. Falamos da prática, da lógica de gerir documentos eletronicamente. É sobre organizar, tramitar, acessar, assinar, arquivar e controlar documentos de forma digital, com base em regras e legislações.
Mais do que guardar arquivos, a gestão eletrônica garante que cada documento tenha contexto, classificação adequada, acesso seguro e validade jurídica.
É uma forma de organização pensada para um mundo digital. E, no setor público, ela resolve problemas que vão do dia a dia administrativo à transparência institucional.
Criação e recebimento nativos em formato digital
Classificação por tipo, assunto e temporalidade
Controle de acesso por perfil de usuário
Histórico de versões e movimentações
Assinatura digital com validade legal
Armazenamento seguro e auditável
Por que a gestão física de documentos não dá mais conta
A lógica manual, baseada em papel, tem limites evidentes. Cada cópia, cada protocolo, cada trâmite físico é um ponto de fricção — que consome tempo, dinheiro e energia dos servidores.

Principais riscos da gestão física:
Perda ou extravio de documentos
Falta de rastreabilidade e controle de versões
Dificuldade de acesso por outros setores ou órgãos
Altos custos com armazenamento e impressão
Problemas em auditorias e prestação de contas
Além disso, com a crescente exigência por transparência, digitalização e controle social, o papel virou um obstáculo — não uma garantia.
Como a gestão eletrônica elimina os gargalos da gestão manual
Ao adotar práticas de gestão eletrônica, a prefeitura substitui o acúmulo de papel por inteligência organizacional. Documentos passam a ter um “endereço certo”, acessível por quem precisa, com integridade e registro de movimentações.
Impactos diretos:
Redução drástica do uso de papel
Fim da perda de documentos importantes
Mais agilidade na tramitação interna
Acesso remoto e simultâneo por diferentes áreas
Auditoria facilitada com trilha de acesso e modificações
A gestão eletrônica reduz retrabalho, melhora a eficiência e cria uma base sólida para evoluir os processos públicos.
Importante: Não confunda gestão eletrônica e automação de processos
É comum ver os termos “gestão eletrônica” e “automação de processos” sendo usados como sinônimos. Mas eles são complementares, não equivalentes.
A gestão eletrônica organiza os documentos — independentemente do tipo de processo. Ela estrutura, classifica, protege e garante que o conteúdo certo esteja disponível de forma digital.
Já a automação de processos atua no fluxo: define etapas, responsáveis, prazos e ações automáticas. É ela quem move o processo do protocolo à decisão, com regras pré-definidas.
👉 Para órgãos públicos o ideal é contar com uma solução que una os dois: que organize os documentos digitalmente desde sua origem, mas que também acompanhe o processo até sua conclusão com rastreabilidade e de forma automática.
Veja as diferenças: GED, Aprova, BPM e SEI

Quais áreas da prefeitura mais se beneficiam da gestão eletrônica
A lógica da gestão eletrônica é transversal. Pode (e deve) ser aplicada em todas as secretarias, departamentos e setores da administração pública.
Exemplos práticos:
Gabinete: portarias, decretos, comunicados e atos oficiais
Educação: matrículas, históricos, contratos de professores
Saúde: relatórios administrativos, notificações e registros internos
Finanças: documentos fiscais, prestações de contas e balancetes
Obras e Planejamento: projetos, licenças, memoriais e laudos
Quanto mais documentos passam a ser organizados eletronicamente, mais eficiência se ganha no todo.
Mogi Guaçu superou o papel e transformou a gestão
A Prefeitura de Mogi Guaçu (SP) decidiu mudar a lógica da sua gestão. Saiu do papel — literalmente — e passou a adotar práticas digitais em diversas secretarias.
Com foco na organização eletrônica dos documentos, a cidade:
Digitalizou fluxos administrativos e criou padrões claros
Centralizou informações para facilitar o acesso e a análise
Ganhou agilidade na tramitação entre setores
Evitou a perda de arquivos sensíveis
Facilitou a comunicação com o cidadão
A experiência provou que não se trata apenas de eliminar o papel, mas de criar inteligência institucional. Com os documentos certos no lugar certo, a prefeitura passou a decidir melhor, responder mais rápido e gastar menos.
Veja o depoimento do secretário de Planejamento e Desenvolvimento Urbano de Mogi Guaçu:

O que a gestão eletrônica exige para funcionar de verdade
Não basta usar um sistema qualquer. A gestão eletrônica exige clareza de regras, capacitação dos servidores e uma plataforma adequada à realidade pública.
Etapas essenciais:
Mapear os tipos de documentos e fluxos existentes
Criar regras de classificação, nomenclatura e acesso
Definir os responsáveis por cada etapa da organização
Selecionar uma plataforma segura e auditável
Treinar os servidores com foco na prática
Acompanhar resultados e ajustar continuamente
Benefícios de uma gestão documental moderna para o poder público
A prefeitura que adota a gestão eletrônica de documentos ganha mais do que organização: ganha capacidade de resposta e governança.
Vantagens diretas:
Economia com impressão, cópias e transporte interno
Segurança jurídica com trilhas de auditoria
Rastreabilidade para identificar gargalos
Eficiência na comunicação entre setores
Maior transparência para atender a LAI, LGPD e TCEs
Checklist – Sua prefeitura está pronta para adotar a gestão eletrônica?
Antes de dar o próximo passo, verifique se os seguintes pontos já estão sendo trabalhados:
✅ Os documentos já são, em sua maioria, digitais?
✅ Há regras de indexação e classificação em vigor?
✅ O acesso está controlado por perfil e função?
✅ Existe uma ferramenta confiável para armazenamento e rastreio?
✅ Os servidores estão capacitados para lidar com esse novo modelo?
Se a resposta for “não” para a maioria, o momento é agora.
O futuro da gestão pública começa nos documentos
Transformar a gestão pública não é apenas implantar sistemas complexos ou adotar inteligência artificial. A base dessa transformação começa com a organização da informação.
A fazer a gestão eletrônica de documentos é o alicerce da eficiência pública. É ela quem garante que decisões sejam tomadas com base em dados acessíveis, processos organizados e documentos íntegros.
📌 Prefeituras que organizam sua casa documentalmente conseguem avançar com mais segurança rumo à digitalização dos serviços e à confiança da população.
FAQ – Perguntas frequentes sobre gestão eletrônica de documentos
1. O que é gestão eletrônica de documentos?
É a forma de organizar e controlar documentos públicos em meio digital, com classificação, segurança, rastreabilidade e validade jurídica.
2. É a mesma coisa que digitalizar?
Não. Digitalizar é apenas transformar um papel em PDF. Gestão eletrônica envolve regras, organização, acesso, rastreio e governança sobre os documentos.
3. Toda prefeitura pode implantar?
Sim. O ideal é começar por processos com alto volume documental e ir expandindo gradualmente, conforme os fluxos forem amadurecendo.
4. É seguro?
Sim — desde que a plataforma adotada garanta criptografia, controle de acesso, backups e aderência à LGPD.
5. A gestão eletrônica substitui os arquivos físicos?
Sim, em grande parte. Inclusive, a gestão eletrônica permite aplicar a Tabela de Temporalidade Documental e eliminar fisicamente o que não precisa mais ser mantido.