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Falsificação de documento público: entenda o crime e formas de prevenção
Entenda por que a falsificação de documento público ameaça a confiança no setor público, quais são as punições e como cidades brasileiras estão reagindo.
09/09/2025
A falsificação de documento público é um crime que afeta diretamente a confiança na gestão pública, a segurança jurídica e a credibilidade das instituições.
Previsto no Código Penal brasileiro, esse delito vai muito além de uma prática individual: ele compromete programas sociais, prejudica políticas públicas e gera riscos financeiros e legais para os municípios.
Para servidores públicos e gestores municipais, compreender como ocorre a falsificação de documentos, quais são suas consequências e de que forma o município pode atuar na prevenção é fundamental.
Neste artigo, você vai entender o que é falsificação de documento público, a pena prevista em lei, os impactos na administração municipal e como iniciativas inovadoras — como o uso de inteligência artificial — podem ajudar a identificar fraudes e proteger a gestão pública.
O que é falsificação de documento público?
A falsificação de documento público está prevista no artigo 297 do Código Penal brasileiro. O crime ocorre quando alguém cria, altera ou manipula um documento oficial com a intenção de enganar ou obter vantagens ilícitas.
Um documento é considerado público quando é emitido por órgãos oficiais — como cartórios, prefeituras, secretarias estaduais ou órgãos federais. Exemplos incluem carteira de identidade, certidões de nascimento, alvarás, licenças, laudos técnicos e certidões negativas.
No dia a dia de uma prefeitura, casos comuns envolvem a apresentação de RG adulterado, comprovantes de endereço falsos ou até mesmo licenças ambientais falsificadas para tentar liberar obras, benefícios sociais ou serviços.
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Qual é a pena para falsificação de documento público?
De acordo com o Código Penal, a falsificação de documento público é punida com reclusão de 2 a 6 anos e multa.
Além disso, quem usa um documento falsificado, mesmo sem ter sido o autor da falsificação, também pode responder criminalmente. O artigo 304 do Código Penal deixa claro que o simples uso de documento falso já é suficiente para configurar crime.
Falsificação de documento público é crime grave?
Sim. É considerado um crime grave porque atinge a fé pública, ou seja, a confiança que a sociedade deposita nos documentos emitidos pelo Estado. Por isso, a pena é mais severa do que no caso de documentos particulares.
Por que a falsificação de documento público afeta diretamente os municípios?
Embora a falsificação de documentos possa parecer um problema restrito à esfera criminal, ela traz impactos diretos para a administração pública municipal.
Fraudes em benefícios sociais: cidadãos podem apresentar documentos falsos para receber auxílios indevidamente.
Perda de arrecadação: alvarás ou licenças emitidos com base em documentos falsificados podem gerar evasão de receitas.
Riscos jurídicos: servidores que homologam processos baseados em documentos falsos podem ser responsabilizados.
Desconfiança da população: quando fraudes se tornam recorrentes, a credibilidade da prefeitura e de seus programas cai.
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Em outras palavras, a falsificação não é apenas um ato individual: é um problema coletivo que fragiliza a gestão municipal.
Como identificar um documento público falsificado?
A identificação de um documento falso pode variar conforme o grau de sofisticação da falsificação.
Falsificação grosseira: erros de grafia, papéis de qualidade inferior, ausência de carimbos ou assinaturas.
Falsificação sofisticada: uso de impressoras de alta qualidade, adulteração digital de dados e inserção de elementos gráficos que simulam autenticidade.
Quais são os sinais mais comuns de falsificação de documentos públicos?
Inconsistências nos dados (ex.: divergência de endereço ou data).
Numeração que não confere com o órgão emissor.
Marcas de rasura ou alterações manuais.
Selos e brasões diferentes dos oficiais.
Quem é responsável por verificar a autenticidade dos documentos?
A responsabilidade inicial é do servidor público que recebe o documento. Porém, em casos de suspeita, é necessário encaminhar para análise técnica ou cruzamento com bancos de dados oficiais.
Casos reais no Brasil
O Brasil registra diversos episódios de falsificação de documentos públicos. Entre eles:
Fraudes em programas sociais, como Bolsa Família e auxílio emergencial, onde pessoas utilizaram documentos falsos para receber benefícios.
Apresentação de alvarás e certidões falsas para liberar construções irregulares.
Licitações comprometidas por laudos e certidões falsificados.
Esses casos mostram que a falsificação não é um crime isolado, mas sim um problema recorrente que exige medidas de controle e prevenção.
Cascavel e Florianópolis no enfrentamento à fraude documental
Apesar de a falsificação de documentos públicos ser um crime previsto em lei federal, é nos municípios que seus efeitos mais aparecem.
Prefeituras recebem diariamente milhares de documentos que servem de base para liberar obras, conceder benefícios ou aprovar licenças.
Nesse contexto, o risco de fraude é real. Por isso, algumas cidades já adotaram tecnologias que auxiliam na conferência documental, reduzindo a chance de um documento falso passar despercebido.
Cascavel (PR)
Em Cascavel, a inteligência artificial Lume foi implantada no Instituto de Planejamento para apoiar a tramitação de processos administrativos.
A IA faz uma primeira triagem dos documentos enviados pelos cidadãos e consegue identificar inconsistências de cadastro, erros em dados obrigatórios e indícios de falsificação.
A Secretaria de Planejamento estima que cada servidor deve poupar em torno de 30% do tempo com a Lume nas análises de documentos.
Estima-se uma economia financeira de até R$ 360 mil por secretaria ao ano com o uso da IA.

Só no primeiro semestre deste ano em Cascavel, a IA executou mais de 5 mil atividades de apoio técnico, como:
Verificação de documentos (RG, CNPJ, matrícula)
Análise de comprovantes de endereço
Resumo automático de processos com muitas páginas
O impacto é prático: processos que antes poderiam ser paralisados por documentos inválidos agora são filtrados de forma automática, poupando horas de análise manual dos servidores.
Florianópolis (SC)
Na capital catarinense, a Lume é utilizada em procedimentos de licenciamento ambiental. A cada pedido protocolado, a IA analisa laudos, certidões e demais documentos anexados, desde a consulta de viabilidade.
Além de acelerar o trabalho dos servidores, o sistema gera alertas quando identifica divergências de informações ou documentos que não seguem padrões oficiais.

Com a inteligência artificial como aliada, emitir o alvará autodeclaratório ficou ainda mais seguro e a equipe técnica fôlego para se dedicar a projetos complexos e à fiscalização urbanística.
Os resultados apareceram rápido: Entre 2020 e 2023, foram 340 demolições de construções irregulares em Florianópolis.
Mais da metade dos casos auditados entre 2022 e 2023 apresentaram problemas sérios: 53% resultaram em cancelamento. Ao todo, 260 alvarás foram indeferidos por descumprimento da legislação.
Segundo a secretária Municipal de Habitação e Desenvolvimento Urbano, Ivanna Carla Tomasi, a Lume representa um avanço significativo no processo. Veja:
Quais as consequências da falsificação de documento público para o cidadão?
Além da responsabilização criminal, quem falsifica ou utiliza documentos falsos pode enfrentar uma série de consequências:
Perda de direitos: benefícios recebidos indevidamente devem ser devolvidos.
Ação judicial: abertura de processo penal e possibilidade de prisão.
Repercussões na vida profissional: condenações por falsificação podem impedir aprovação em concursos públicos ou nomeação em cargos.
Quem comete falsificação pode perder concurso público ou cargo?
Sim. Uma condenação por falsificação de documentos pode gerar inidoneidade moral, o que compromete a posse em cargos públicos e concursos.
Como os municípios podem prevenir fraudes documentais?
A prevenção é o caminho mais eficaz para enfrentar o problema. Algumas medidas fundamentais:
Treinamento de equipes: capacitar servidores para identificar sinais de falsificação.
Cruzamento de dados: comparar informações com sistemas estaduais e federais.
Uso de tecnologia: ferramentas de análise documental e inteligência artificial podem detectar inconsistências de forma automatizada.
Parcerias institucionais: integração com cartórios, órgãos de controle e Ministério Público.
Essas ações ajudam os municípios a reduzir o risco de fraudes e fortalecem a confiança da população nos serviços públicos.
Qual a diferença entre falsificação de documento público e privado?
Embora ambos sejam crimes, a diferença está no tipo de documento.
Documento público: emitido por órgãos oficiais, como certidões, licenças e alvarás.
Documento particular: emitido por pessoas físicas ou jurídicas privadas, como contratos, declarações ou carteirinhas de associação.
A pena para falsificação de documento público é mais severa, justamente porque compromete a fé pública.
Falsificação de documento público e eleitoral: um risco à democracia
Além dos impactos na rotina municipal, a falsificação de documentos também pode atingir processos eleitorais, como inscrição de candidaturas ou alistamento eleitoral. Nesse caso, o dano é ainda maior, pois compromete a legitimidade da democracia.
O que diz a lei sobre uso de documentos falsificados em processos administrativos
Mesmo que não haja a falsificação direta, usar um documento falso em processos administrativos configura crime. Isso vale para processos de licenciamento, pedidos de alvará ou acesso a benefícios municipais.
Qual a diferença entre adulteração e falsificação de documentos?
Adulteração: quando um documento verdadeiro sofre modificações parciais (ex.: mudança de data, endereço, assinatura).
Falsificação: quando o documento é totalmente criado ou replicado de forma fraudulenta.
Como enfrentar esse desafio
A falsificação de documento público é um problema sério para municípios brasileiros. Mais do que um crime contra a fé pública, ela compromete serviços essenciais, prejudica a arrecadação e ameaça a credibilidade das prefeituras.
Para enfrentar esse desafio, é essencial que gestores e servidores municipais estejam atentos à prevenção, adotem práticas de verificação documental e contem com tecnologias que possam apoiar esse trabalho.
Quer ver na prática como a Lume vai trabalhar na sua prefeitura? Preencha o formulário e agende uma demonstração gratuita.

FAQ sobre falsificação de documento público
1. O que é considerado falsificação de documento público?
É a criação ou alteração de um documento oficial emitido por órgão público, com o objetivo de enganar ou obter vantagens ilícitas.
2. Qual a diferença entre falsificação de documento público e particular?
O documento público é emitido por órgãos oficiais, enquanto o particular vem de entidades privadas. A pena é mais alta para documentos públicos.
3. Quem pode ser punido pela falsificação de documento público?
Tanto quem falsifica quanto quem utiliza o documento falso em benefício próprio.
4. Qual é a pena para quem usa documento falso?
De 2 a 6 anos de reclusão e multa, conforme o artigo 304 do Código Penal.
5. Como os órgãos públicos identificam documentos falsos?
Por meio de análise técnica, cruzamento de dados e, cada vez mais, com o apoio de inteligência artificial.