Legislação

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Ciclo orçamentário: o que é, fases e como funciona nas prefeituras

Ciclo orçamentário é o processo que organiza a gestão financeira municipal. Entenda suas fases — PPA, LDO e LOA — e como aplicá-lo na prefeitura.

31/10/2025

O ciclo orçamentário é o processo que organiza todas as etapas de planejamento, execução e controle dos recursos públicos. Ele garante que o dinheiro do município seja aplicado de forma planejada, transparente e conforme a lei.

Na prática, o ciclo orçamentário define como o governo municipal planeja, arrecada, gasta e presta contas — e é o coração da gestão pública.

Todo gestor municipal precisa compreender esse ciclo, porque é nele que se materializam as políticas públicas. Sem ele, não há base para o cumprimento de metas, programas e compromissos de governo.

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As quatro fases do ciclo orçamentário

O ciclo orçamentário é composto por quatro fases interdependentes, que se repetem todos os anos e estão previstas na Constituição Federal e na Lei nº 4.320/1964, que estabelece normas gerais de direito financeiro.

As etapas são: elaboração, discussão e aprovação, execução e controle.

1. Elaboração

É a fase em que o Executivo municipal prepara as peças orçamentárias:

Cada uma dessas leis cumpre um papel específico, mas todas se complementam e formam o tripé do planejamento orçamentário.

👉 Para prefeitos e secretários, entender a relação entre essas três leis é essencial. Sem isso, o município corre o risco de aprovar gastos sem base legal ou comprometer metas de governo.

2. Discussão e aprovação

Após elaboradas pelo Executivo, as propostas do PPA, da LDO e da LOA são enviadas à Câmara Municipal.

Nessa etapa, os vereadores analisam, realizam audiências públicas e podem propor emendas, desde que respeitem os limites da legislação orçamentária e a compatibilidade entre as peças.

Esse debate é fundamental para garantir transparência e participação popular. É nesse momento que o orçamento deixa de ser apenas técnico e se transforma em um instrumento político de gestão.

Pessoas unindo as mãos em círculo, simbolizando participação social e colaboração na gestão pública.

3. Execução

Com a aprovação e sanção da LOA, inicia-se a fase de execução orçamentária, na qual as despesas são realizadas conforme a previsão aprovada.

Os recursos arrecadados pelo município (como tributos, transferências e convênios) são aplicados nas ações planejadas.

Aqui entram os instrumentos de controle interno e externo, como o SIAFIC (Sistema Único e Integrado de Execução Orçamentária, Administração Financeira e Controle), que permite acompanhar cada movimentação de forma digital e padronizada.

4. Controle e avaliação

A última fase fecha o ciclo. É quando o governo precisa prestar contas à população e aos órgãos de controle sobre a execução do orçamento. O controle é realizado por três instâncias:

  • Controle interno, feito pelas próprias secretarias e controladorias;

  • Controle externo, conduzido pela Câmara Municipal e pelo Tribunal de Contas;

  • Controle social, realizado pelos cidadãos, conselhos e observatórios.

Essa fase garante que os recursos públicos sejam usados com eficiência e dentro dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

Relação entre PPA, LDO e LOA: o núcleo do ciclo orçamentário

Essas três leis formam o centro do planejamento financeiro público. Entenda como elas se conectam:

Instrumento

Vigência

Finalidade

PPA

4 anos

Define diretrizes e metas de governo

LDO

1 ano

Orienta a LOA e ajusta prioridades do PPA

LOA

1 ano

Detalha receitas e despesas anuais

Cada uma delas deve ser coerente entre si, garantindo que o planejamento estratégico (PPA) seja traduzido em metas anuais (LDO) e depois em ações concretas (LOA).

O PPA é a visão de longo prazo, a LDO é o elo de transição e a LOA é a execução prática. Quando o ciclo é bem estruturado, o município ganha previsibilidade, evita gastos indevidos e consegue medir resultados de forma objetiva.

A importância do ciclo orçamentário para a gestão municipal

Um ciclo orçamentário eficiente permite:

  • Planejamento contínuo: garante que a gestão pública siga uma lógica de médio e longo prazo, independentemente de mudanças políticas.

  • Transparência e controle social: a sociedade pode acompanhar como o dinheiro público é aplicado.

  • Eficiência na execução: reduz atrasos, desperdícios e retrabalhos na execução das políticas públicas.

  • Cumprimento das metas fiscais: evita desequilíbrios e promove responsabilidade na gestão financeira.

Sem um ciclo orçamentário bem estruturado, o município perde capacidade de investimento e compromete a entrega de serviços essenciais.

Como aplicar o ciclo orçamentário na prática municipal

Para gestores e servidores, o desafio está em transformar o ciclo orçamentário em um instrumento de gestão real. Isso envolve:

  1. Integrar planejamento e execução, com equipes técnicas que se comuniquem entre si;

  2. Utilizar sistemas digitais de tramitação e acompanhamento (como plataformas de processos eletrônicos);

  3. Promover audiências públicas participativas;

  4. Acompanhar os prazos legais de envio e aprovação das peças orçamentárias;

  5. Investir na capacitação das equipes envolvidas.

Mão empilhando moedas, representando aumento da arrecadação municipal e equilíbrio do ciclo orçamentário

Erros comuns na gestão do ciclo orçamentário

Muitos municípios ainda enfrentam problemas recorrentes, como:

  • Falta de alinhamento entre as três peças (PPA, LDO e LOA);

  • Elaboração tardia das propostas, sem tempo hábil para participação popular;

  • Dificuldade em transformar metas em indicadores mensuráveis;

  • Execução sem acompanhamento sistemático;

  • Falhas na prestação de contas e ausência de relatórios atualizados.

Esses erros comprometem a credibilidade do planejamento e podem levar a sanções dos órgãos de controle.

Caminhos para modernizar o ciclo orçamentário municipal

A modernização passa por tecnologia e integração. Plataformas como a Aprova permitem que as secretarias municipais tramitem documentos, aprovem orçamentos e monitorem metas de forma digital.

O resultado é uma gestão mais ágil, transparente e colaborativa — princípios defendidos pela Lei do Governo Digital (Lei nº 14.129/2021) e pela Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101/2000).

Governos que digitalizam seus processos conseguem transformar o ciclo orçamentário em um instrumento estratégico, e não apenas burocrático.

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FAQ — Perguntas frequentes sobre o ciclo orçamentário

1. O que é o ciclo orçamentário?
É o conjunto de etapas que compõem o planejamento, execução e controle do orçamento público municipal.

2. Quais são as fases do ciclo orçamentário?
Elaboração, discussão e aprovação, execução e controle.

3. Qual a diferença entre PPA, LDO e LOA?
O PPA define metas de médio prazo, a LDO orienta o orçamento anual e a LOA executa as ações planejadas.

4. Quem elabora o orçamento municipal?
O Poder Executivo, com participação das secretarias e orientação da área de planejamento e finanças.

5. Quem aprova o orçamento?
A Câmara Municipal, após análise e audiências públicas.

6. O ciclo orçamentário é o mesmo em todos os níveis de governo?
Sim, embora cada ente (União, Estado, Município) tenha prazos e procedimentos próprios.

7. O cidadão pode participar do ciclo orçamentário?
Sim. A participação ocorre nas audiências públicas e consultas populares durante a elaboração das leis orçamentárias.

8. Qual a base legal do ciclo orçamentário?
Constituição Federal (art. 165 a 169), Lei nº 4.320/1964 e Lei de Responsabilidade Fiscal.

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