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Lei Orgânica do Município: o que é e como funciona

Descubra o que é a lei orgânica do município, o que ela regula, como modernizar e por que é essencial para a gestão pública eficiente e digital.

25/07/2025

A lei orgânica do município funciona como uma Constituição local. Ela estabelece as regras fundamentais para a organização política, administrativa e financeira da cidade. Nenhuma norma municipal pode contrariá-la.

Neste artigo, você vai entender:

  • O que é a lei orgânica do município

  • Quem a elabora e como é estruturada

  • Quais tópicos são obrigatórios

  • Quando e como ela pode ser alterada

  • Diferenças entre a LOM e outras leis municipais

  • O que acontece quando está desatualizada

  • Como ela se relaciona com o planejamento urbano

  • Como modernizar sua construção

  • Glossário, exemplos e materiais de apoio

O que é a Lei Orgânica do Município?

A Lei Orgânica Municipal é o principal instrumento jurídico de um município. Prevista no artigo 29 da Constituição Federal, ela define como a cidade deve se organizar, quem tem poder para fazer o quê, quais são os direitos dos cidadãos e como as políticas públicas devem funcionar.

É, na prática, a Constituição do município — base legal para todas as demais normas locais.

O que diz a Constituição Federal?

Segundo o Artigo 29 da Constituição Federal, todos os municípios devem ter uma Lei Orgânica elaborada com:

  • Dois turnos de votação na Câmara de Vereadores

  • Aprovação por dois terços dos parlamentares

  • Participação da sociedade na formulação

Esse artigo também garante a autonomia municipal, ou seja, o poder de legislar sobre temas de interesse local — respeitando, é claro, os princípios da Constituição Federal e Estadual.

👉 Veja o texto completo do Art. 29 no site oficial do Planalto

Quem elabora a Lei Orgânica?

A elaboração (ou revisão) da LOM é feita pela Câmara Municipal, geralmente por uma comissão especial, com apoio de:

  • Técnicos legislativos e jurídicos

  • Servidores da procuradoria e controladoria

  • Representantes da sociedade civil

  • Consultores externos e órgãos de controle

A população pode participar por meio de consultas públicas, audiências, questionários ou até fóruns digitais.

Quais temas a Lei Orgânica deve conter?

Cada município tem liberdade para incluir temas específicos, mas há tópicos obrigatórios:

Tema

Exemplos práticos

Organização dos poderes

Estrutura da Prefeitura e da Câmara Municipal

Competência legislativa

O que o município pode ou não regulamentar

Planejamento e orçamento

Regras sobre PPA, LDO, LOA e controle interno

Participação popular

Iniciativa popular, referendo, plebiscito

Administração pública

Regime de servidores, concursos, carreiras e controle

Políticas públicas

Saúde, educação, meio ambiente, desenvolvimento urbano

Inovação e transparência

Serviços digitais, dados abertos, uso de tecnologias

💡 Dica: Uma LOM moderna já traz previsões sobre assinatura eletrônica, digitalização de processos e iniciativas de governo aberto.

Diferença entre Lei Orgânica e outras leis municipais

Tipo de norma

Quem elabora

Exige maioria qualificada?

Pode contrariar a LOM?

Lei Orgânica

Câmara Municipal

Sim (2/3 e dois turnos)

Não

Lei Complementar

Câmara Municipal

Sim (maioria absoluta)

Não

Lei Ordinária

Câmara Municipal

Não (maioria simples)

Não

Decreto

Prefeito

Não

Não

A Lei Orgânica é o topo da hierarquia municipal. Nenhuma norma local pode contrariá-la.

A Lei Orgânica pode ser alterada?

Sim — e deve ser, sempre que for necessário modernizá-la. Para alterar, são exigidos:

  • Projeto de emenda apresentado por 1/3 dos vereadores ou pelo prefeito

  • Audiência pública e análise jurídica

  • Dois turnos de votação com intervalo de 10 dias

  • Aprovação por 2/3 dos vereadores

O que muda em um município com Lei Orgânica desatualizada?

  • Dificuldade para aprovar leis novas

  • Insegurança jurídica em decisões administrativas

  • Perda de capacidade de atrair recursos estaduais e federais

  • Obstáculos para digitalização e modernização da gestão

  • Risco de judicialização e travamento de políticas públicas

👉 Uma LOM desatualizada trava a cidade.

Comparativo: Lei Orgânica x Constituições Federal e Estadual

Aspecto

Lei Orgânica Municipal

Constituição Estadual

Constituição Federal

Âmbito de atuação

Município

Estado

União

Quem elabora

Câmara de Vereadores

Assembleia Legislativa

Congresso Nacional

Aplicação

Local

Regional

Nacional

Autonomia sobre temas

Interesse local

Interesse estadual

Interesse nacional

A LOM estabelece as bases para o planejamento urbano e orçamentário da cidade. É ela quem dá legitimidade para:

  • Criar e executar o Plano Diretor

  • Elaborar e cumprir o PPA, LDO e LOA

  • Promover instrumentos de controle e avaliação

🔗 Leitura complementar:

Como construir uma Lei Orgânica moderna (passo a passo)

  1. Criar uma comissão especial na Câmara

  2. Levantar a legislação atual e problemas existentes

  3. Consultar o Ministério Público, TCE e especialistas

  4. Abrir escuta pública com a população

  5. Redigir novo texto com linguagem acessível

  6. Fazer dois turnos de votação com maioria qualificada

  7. Publicar e disponibilizar em formato digital (PDF e HTML)

Glossário essencial

  • Autonomia municipal – Poder de se autogerir em assuntos locais

  • Maioria qualificada – Votação com fração superior à metade simples

  • Emenda à LOM – Alteração no texto original da lei orgânica

  • Competência concorrente – Quando município, estado e união dividem responsabilidade sobre um tema

  • Controle interno – Sistema de fiscalização dentro da própria prefeitura

Como a Lei Orgânica pode prever a digitalização e a automação de serviços públicos

A Lei Orgânica do Município não é apenas um conjunto de regras administrativas — ela também pode ser um motor para a modernização da gestão pública. Cada vez mais cidades estão incluindo dispositivos que autorizam, estimulam e normatizam o uso de tecnologias digitais na prestação de serviços.

Veja exemplos de temas que podem (e devem) constar na LOM:

  • Assinatura eletrônica com validade jurídica

  • Tramitação 100% digital de processos administrativos

  • Atendimento ao cidadão por canais digitais

  • Publicação de atos oficiais em formato eletrônico

  • Uso de inteligência artificial para análise de dados públicos

  • Sistema integrado de gestão e controle interno digital

🔎 Ao incluir esses dispositivos na Lei Orgânica, o município dá segurança jurídica para inovar, evita questionamentos legais e garante que a digitalização não dependa da vontade política de um único gestor.

Trechos comentados de uma Lei Orgânica Municipal

A seguir, selecionamos alguns trechos reais (adaptados) com explicações práticas para entender o que, de fato, a Lei Orgânica diz e como isso impacta o dia a dia da gestão.

Art. 1º – O Município de [Nome] é uma unidade autônoma integrante da República Federativa do Brasil, regido por esta Lei Orgânica.

Esse artigo reafirma que o município tem autonomia política, administrativa e financeira — o que significa que ele pode organizar sua estrutura interna, fazer leis sobre temas locais e administrar seus próprios recursos.

Art. 6º – São poderes do Município, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo e o Executivo.

Este artigo reforça a divisão de poderes: a Prefeitura (Executivo) executa políticas públicas; a Câmara de Vereadores (Legislativo) fiscaliza e cria leis. Nenhum pode interferir no funcionamento do outro.

Art. 29 – A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes do Município obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

Trata-se da incorporação local do Art. 37 da Constituição Federal. Todo órgão municipal (secretarias, autarquias, fundações) precisa seguir esses princípios básicos, inclusive em licitações e nomeações.

Art. 42 – O Plano Diretor é o instrumento básico da política de desenvolvimento urbano do Município.

Aqui, a LOM integra o planejamento urbano à estrutura legal do município. Isso dá força jurídica ao plano diretor e obriga sua revisão periódica. Sem esse artigo, o plano pode virar apenas um documento de gaveta.

Art. 61 – Os projetos de lei de iniciativa popular devem ser subscritos por, no mínimo, 5% do eleitorado municipal.

Este artigo garante a participação cidadã na formulação de leis. Define com clareza quantas assinaturas são necessárias para que a população protocole diretamente um projeto de lei na Câmara.

Art. 77 – As leis orçamentárias do Município obedecerão às diretrizes do PPA e da LDO e conterão a estimativa da receita e a fixação da despesa para o exercício financeiro.


Este dispositivo alinha a LOA (Lei Orçamentária Anual) aos outros instrumentos de planejamento. Garante que haja coerência entre o que foi planejado (PPA), o que foi priorizado (LDO) e o que será executado (LOA).

Art. 92 – A Prefeitura poderá utilizar meios eletrônicos para os atos administrativos, inclusive os relativos a licitações e contratos.

Esse artigo mostra uma LOM moderna, que autoriza expressamente o uso de meios digitais. Facilita a adoção de soluções como licitação eletrônica, processos digitais e plataformas de atendimento ao cidadão.

Art. 102 – O Município poderá utilizar plataformas digitais, inteligência artificial e meios eletrônicos para a prática de atos administrativos, inclusive nos processos de licenciamento, protocolo, fiscalização, arrecadação e atendimento ao cidadão.

Esse dispositivo antecipa e autoriza expressamente o uso de tecnologias como IA, sistemas de gestão e digitalização de fluxos. É uma cláusula moderna que oferece base legal para transformar o atendimento ao cidadão, reduzir burocracias e garantir segurança jurídica para inovações mesmo em trocas de governo.

Conclusão

A Lei Orgânica é a base legal de tudo o que acontece dentro de um município. Ela não só organiza a máquina pública, como define o modelo de cidade que se quer construir.

Atualizar e aplicar bem a LOM é um passo decisivo para:

  • Melhorar a transparência e os serviços públicos

  • Promover justiça social com base legal segura

  • Ampliar a participação popular

  • Atrair investimentos e cumprir metas de governo

💡Saiba mais: A maior cidade da América Latina aprovou mais de 400 mil moradias populares 21 meses antes da meta estabelecida no Plano de Governo. Veja como isso aconteceu.

FAQ – Lei Orgânica Municipal

1. O que é a Lei Orgânica na prática?

É a Constituição da cidade. Define como o município se organiza e quais são seus poderes e deveres.

2. Quem elabora a Lei Orgânica?

A Câmara de Vereadores, com escuta pública e dois turnos de votação.

3. A LOM pode ser alterada?

Sim, por meio de emenda aprovada por 2/3 dos vereadores em dois turnos.

4. Qual a diferença entre Lei Orgânica e outras leis?

A LOM está no topo da hierarquia. Nenhuma outra norma local pode contrariá-la.

5. Onde consultar a LOM do meu município?

No site da Câmara Municipal ou no Portal da Transparência da prefeitura.

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