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Atendimento digital nas prefeituras: exemplos reais
Atendimento digital nas prefeituras moderniza serviços, reduz custos e aproxima o cidadão. Veja benefícios, leis, passo a passo e exemplos reais.
13/08/2025
A transformação digital já não é mais uma possibilidade distante para os governos municipais — é uma exigência concreta para oferecer serviços mais rápidos, transparentes e acessíveis à população.
Dentro desse cenário, o atendimento digital nas prefeituras assume papel estratégico, pois aproxima o cidadão do poder público, elimina barreiras físicas e reduz custos operacionais.
Hoje, oferecer atendimento digital não é apenas sinal de modernidade. É uma ação alinhada a leis nacionais, às boas práticas de gestão pública e à expectativa de um cidadão cada vez mais conectado.
Neste artigo, vamos ver o que é atendimento digital, sua base legal, benefícios, desafios, exemplos práticos e um guia passo a passo para implantação.
O que é atendimento digital nas prefeituras
O atendimento digital nas prefeituras consiste na oferta de serviços públicos pela internet, de forma segura, integrada e acessível, permitindo que cidadãos realizem solicitações, enviem documentos, acompanhem processos e recebam respostas sem precisar se deslocar até o órgão público.
Ele se diferencia do simples “atendimento online” — que pode ser apenas um canal de contato como e-mail ou chat — porque envolve integração total com os sistemas internos, garantindo que o cidadão resolva sua demanda do início ao fim pela via digital.
Já o conceito de omnichannel no setor público vai além: integra canais digitais e presenciais de forma que o cidadão transite entre eles sem perder o histórico ou precisar repetir informações.
Base legal do atendimento digital
A implementação do atendimento digital nas prefeituras não é apenas uma iniciativa de modernização: ela está amparada por leis e diretrizes nacionais.
Lei nº 14.129/2021 — Lei do Governo Digital
Define princípios, regras e instrumentos para a prestação digital de serviços públicos no Brasil, incentivando a simplificação e a integração entre órgãos.Decreto nº 10.332/2020
Estabelece a Estratégia de Governo Digital 2020–2022, com metas para ampliar a oferta de serviços públicos digitais.Lei nº 13.709/2018 — Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD)
Regula o tratamento de dados pessoais, garantindo segurança, privacidade e transparência.Marco Civil da Internet (Lei nº 12.965/2014)
Define princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet no Brasil.
Essas normas dão segurança jurídica e direcionamento para que municípios avancem na digitalização dos serviços.
🎥 Na mídia:

Recursos e tecnologias que compõem o atendimento digital
Um bom atendimento digital municipal vai muito além de um site bonito. Ele depende de soluções integradas, como:
Protocolos eletrônicos para abertura e tramitação de processos.
Portais unificados de serviços com autenticação segura, como login via gov.br.
Chatbots com inteligência artificial para triagem e resposta automática.
Videoconferência integrada para atendimentos técnicos ou audiências virtuais.
Assinatura digital padrão ICP-Brasil para garantir validade jurídica.
Integração intersecretarias para que um único atendimento resolva demandas complexas.
Painéis de gestão e relatórios para acompanhamento de desempenho.

Benefícios para cidadãos e servidores
Para o cidadão
Comodidade: serviços disponíveis 24h, de qualquer lugar.
Agilidade: redução de prazos e eliminação de filas.
Transparência: possibilidade de acompanhar solicitações em tempo real.
Inclusão: acesso facilitado para quem mora longe dos centros administrativos.
Para a prefeitura
Redução de custos: economia com papel, transporte interno, espaço físico e pessoal alocado em tarefas repetitivas.
Eficiência interna: liberação de equipes para atividades estratégicas.
Controle e rastreabilidade: registro completo das interações.
Base de dados qualificada: suporte à tomada de decisão e formulação de políticas públicas.

Dados e estudos de impacto
Pesquisas reforçam o impacto positivo do atendimento digital:
Segundo o Banco Mundial, serviços públicos digitais podem reduzir custos em até 80% em comparação ao atendimento presencial.
O gov.br já conta com mais de 155 milhões de usuários cadastrados, evidenciando a adesão da população.
Estudos da OECD mostram que a satisfação do cidadão aumenta quando o tempo de resposta cai abaixo de 5 dias úteis.
Exemplos de cidades referência em atendimento digital
Sorocaba (SP)
A cidade digitalizou o protocolo geral da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Urbano (SEPLAN).
Hoje, todo o trâmite de licenciamento é online, desde a entrada de documentos até a emissão da licença. A redução no prazo médio de análise resultou em mais confiança do setor produtivo.
Entenda como a cidade paulista subiu a régua dos serviços públicos.

Criciúma (SC)
Implementou um sistema unificado de atendimento que integra solicitações de diferentes secretarias. O cidadão acompanha tudo pelo portal, evitando deslocamentos. O município reduziu filas presenciais e aumentou a capacidade de resposta.
Somente no primeiro semestre de 2025, a cidade catarinense registrou uma economia superior a R$ 745 mil com a tramitação digital de mais de 3,7 mil processos.
Veja detalhes da transformação digital em Criciúma.
João Pessoa (PB)
A capital da Paraíba automatizou o licenciamento e emissão de certidões urbanísticas e ambientais. O resultado foi redução no tempo de emissão e aumento na previsibilidade dos processos para construtores e cidadãos.
Com atendimento digital feito pela Aprova em mais de 100 tipos de serviços, a cidade se tornou referência e premiada entre as capitais mais inovadoras e eficientes do país.

Patos de Minas (MG)
Na saúde, digitalizou o CRIE (Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais). O tempo de resposta caiu de 45 dias para até 20 minutos, com mais de 7.600 processos tramitados digitalmente.
Guia passo a passo para implementar o atendimento digital
1. Diagnóstico inicial
Mapeie todos os serviços ofertados e identifique quais têm maior demanda ou maior potencial de ganho com a digitalização.
2. Priorização de serviços
Comece pelos de maior impacto e menor complexidade — como emissão de certidões ou protocolos de solicitação.
3. Escolha da tecnologia
Opte por plataformas seguras, escaláveis e compatíveis com a LGPD.
Dica: prefira soluções que já integrem assinatura digital, gestão documental e fluxo de processos.
4. Capacitação interna
Treine servidores para operar a tecnologia e para orientar cidadãos. Crie materiais de apoio e procedimentos internos claros.
5. Comunicação com a população
Divulgue os serviços digitais com campanhas explicativas, vídeos tutoriais e canais de suporte.
6. Monitoramento e ajustes
Estabeleça indicadores de desempenho:
Tempo médio de atendimento
Percentual de solicitações resolvidas online
Satisfação do usuário
7. Expansão gradual
Após validar os primeiros serviços, amplie para áreas mais complexas como licenciamento de obras, saúde e tributação.

Erros comuns a evitar
Lançar todos os serviços de uma vez sem treinamento adequado.
Usar sistemas isolados que não se comunicam entre si.
Ignorar a inclusão digital, deixando parte da população de fora.
Não ter suporte técnico para atender dúvidas e problemas.
Desafios e soluções
Resistência cultural
Alguns usuários e servidores preferem o presencial.
Solução: comunicação clara, suporte presencial no início e demonstração de resultados.
Inclusão digital
Nem todos têm acesso ou habilidades para usar ferramentas online.
Solução: criar pontos de atendimento assistido e simplificar interfaces.
Segurança da informação
O risco de vazamento de dados exige atenção.
Solução: criptografia, autenticação forte e conformidade com a LGPD.
Tendências e o futuro do atendimento digital
Nos próximos anos, veremos:
Atendimento preditivo: sistemas que antecipam necessidades do cidadão.
Integração total com o gov.br para unificação de cadastros.
Uso de IA generativa para triagem inteligente e produção de documentos automáticos.
Governo invisível: serviços ofertados automaticamente, sem que o cidadão precise solicitar.
Quer conhecer mais exemplos de sucesso?
Confira os resultados em cidades de Norte a Sul do Brasil.



Conclusão
O atendimento digital nas prefeituras é mais do que uma ferramenta: é uma mudança de paradigma na gestão pública. Com ele, é possível entregar serviços rápidos, transparentes e inclusivos, economizando recursos e aumentando a confiança da população.
Experiências de cidades como Sorocaba, Criciúma, Itajaí, João Pessoa e Patos de Minas mostram que o caminho é viável e os resultados são tangíveis. O desafio está em planejar bem, escolher tecnologia segura e manter o foco na experiência do cidadão.
FAQ — Perguntas frequentes sobre atendimento digital nas prefeituras
1. O que é atendimento digital nas prefeituras?
É a prestação de serviços e canais de comunicação pela internet, integrados aos sistemas internos, permitindo que o cidadão resolva demandas sem deslocamento físico.
2. Quais serviços podem ser digitalizados?
Protocolos, licenciamento de obras, emissão de certidões, serviços tributários, solicitações de zeladoria, consultas de processos, entre outros.
3. Atendimento digital substitui o presencial?
Não necessariamente. Ele complementa o presencial e reduz a sobrecarga das unidades físicas.
4. Qual a base legal para implementar?
Leis como a do Governo Digital (14.129/2021), LGPD (13.709/2018) e o Marco Civil da Internet (12.965/2014) dão suporte jurídico.
5. Quanto tempo leva para implementar?
Varia conforme o porte do município e o número de serviços, mas é possível iniciar em semanas com escopo reduzido.
6. Como garantir a segurança dos dados?
Com criptografia, autenticação segura, auditorias e conformidade com a LGPD.