Gestão
Os primeiros 100 dias de mandato são mais do que um marco simbólico. Eles representam a fase inicial em que a população observa com atenção, os servidores se ajustam à nova rotina e o governo estabelece o tom que vai guiar toda a gestão.
É nesse momento que o discurso se transforma — ou não — em ação. E, embora 100 dias pareçam pouco, esse período é suficiente para entregar resultados relevantes, cumprir exigências legais e iniciar mudanças que vão impactar o município pelos próximos quatro anos.
O que deve ser feito nos primeiros 100 dias de gestão pública
Apesar de não existir uma lei específica sobre os “100 dias”, há obrigações legais, ritos administrativos e práticas essenciais que precisam ser cumpridas nesse período, segundo o ordenamento jurídico e a rotina da administração pública municipal.
Veja algumas das principais entregas esperadas:
✔️ Levantamento da situação da prefeitura
Inventário de bens públicos;
Diagnóstico de contratos vigentes;
Verificação de restos a pagar e saldo em caixa;
Atualização de informações em portais de transparência.
✔️ Transição administrativa e estruturação de equipe
Nomeação de secretários e definição de funções;
Capacitação inicial das equipes;
Avaliação dos principais gargalos por secretaria.
✔️ Organização orçamentária e fiscal
Revisão do orçamento deixado pela gestão anterior;
Alinhamento do Plano Plurianual (PPA) e Lei Orçamentária Anual (LOA);
Previsão e execução dos primeiros repasses obrigatórios;
Regularização de convênios e contratos que vencem nos primeiros meses.
✔️ Prestação de contas de governo anterior
Preparo de relatórios exigidos pelos tribunais de contas estaduais;
Apoio à análise das contas de 31/12 do exercício anterior;
Atendimento aos prazos da Lei de Responsabilidade Fiscal.
✔️ Planejamento de curto prazo com foco em entregas
Definição de metas e cronograma de 90 dias;
Implantação de comitês de gestão, planejamento ou inovação;
Início de medidas que gerem percepção imediata de mudança.
Esse conjunto de ações garante segurança jurídica, continuidade dos serviços públicos e base técnica para as decisões futuras. Só depois disso é que a gestão consegue avançar com transformações estruturantes.
O que dá tempo de entregar em 100 dias: exemplos práticos e factíveis

Para além das obrigações, muitas prefeituras aproveitam os 100 dias como uma chance real de mudar a relação com o cidadão e otimizar a máquina pública. Veja o que muitos municípios fizeram:
Protocolos digitais e atendimento remoto: eliminam filas e agilizam respostas.
Licenciamento urbanístico e ambiental simplificado: garante previsibilidade ao setor produtivo.
Regularização de obras e imóveis: desafoga as secretarias e melhora a arrecadação.
Organização de mutirões e reabertura de serviços essenciais: gera impacto rápido.
Início da transformação digital: com soluções que não exigem licitação longa.
Capacitação de equipes e reorganização de fluxos: traz eficiência já nos primeiros meses.
Por que investir agora em tecnologia acelera o mandato inteiro
Tomar a decisão de modernizar a gestão no início do mandato define o ritmo das entregas. Quem começa cedo colhe resultados mais rápidos — e com mais impacto.
A adoção de tecnologia logo nos primeiros meses influencia diretamente a capacidade da gestão de entregar mais no final do ciclo. Processos manuais e burocráticos consomem tempo e energia que poderiam ser direcionados à execução.
Já sistemas eficientes agilizam licenças, digitalizam compras públicas e organizam o trabalho dos servidores. Isso significa mais tempo para atuar onde importa e garantir que os serviços cheguem à população com qualidade e agilidade.
Em resumo:
Reduz tarefas manuais e tempo gasto em rotinas repetitivas;
Dá previsibilidade ao planejamento e segurança às decisões;
Permite acompanhar dados em tempo real;
Deixa um legado institucional que independe do governo da vez.

Transformações nos 100 dias
Em vez de listar casos, vamos aprender com o caminho de cada cidade — e como elas tomaram decisões estratégicas já nos primeiros meses.
Itajaí/SC: expandir onde já funciona
Com uma base digital bem estruturada, Itajaí aproveitou o começo da gestão para ampliar a transformação. As novas secretarias contempladas — como Fazenda, Obras e Instituto Itajaí Sustentável — passaram a operar com mais agilidade e dados centralizados. O foco foi melhorar o atendimento ao cidadão e reforçar a governança pública.
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Paulista/PE: modernizar toda a prefeitura
Paulista iniciou um projeto ambicioso: digitalizar todos os setores administrativos da prefeitura. Com isso, as áreas mais demandadas, como Habitação e Meio Ambiente, passaram a contar com automação na emissão de documentos, controle de prazos e respostas automáticas. A nova gestão liberou tempo dos servidores e ganhou fôlego para planejar o futuro com base em dados.
São Gonçalo do Rio Abaixo/MG: começar por onde mais aperta
Com o licenciamento ambiental como uma das principais dores, a prefeitura escolheu essa secretaria como ponto de partida para digitalizar processos. A escolha trouxe impactos imediatos: organização dos fluxos, segurança jurídica e resposta mais rápida à população, sem perder de vista a sustentabilidade.
São Pedro/SP: alinhar desenvolvimento urbano e tecnologia
Diante do crescimento da demanda habitacional, São Pedro modernizou o atendimento na Secretaria de Obras, Meio Ambiente e Serviços Públicos. A prefeitura adotou soluções automatizadas que deram mais controle aos servidores e autonomia aos cidadãos. O objetivo foi claro: destravar o desenvolvimento urbano e criar um ambiente favorável a novos investimentos.
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Como planejar os próximos 100 dias (e além)

Encerrar os 100 dias com entregas não significa que a gestão já esteja consolidada. Pelo contrário: esse é o momento ideal para revisar, ajustar e acelerar. Um bom planejamento para os próximos ciclos inclui:
1. Avaliação dos primeiros resultados
Quais metas foram cumpridas?
Quais gargalos surgiram?
O que a população já percebeu de diferente?
2. Revisão de metas e cronogramas
Ajustar promessas exageradas ou mal dimensionadas;
Redefinir prazos com base no que foi aprendido.
3. Definição de novos focos
Começar ações de médio e longo prazo;
Priorizar políticas públicas estruturantes.
4. Manutenção do engajamento interno
Comunicar conquistas à equipe e à população;
Estimular servidores a proporem melhorias;
Estabelecer um modelo de gestão baseado em evidências e resultados.
Os 100 dias dizem mais sobre o fim do que sobre o começo
Cidades que conseguiram começar bem mostraram que não é necessário esperar o fim da gestão para entregar valor.
As decisões tomadas agora definem a capacidade de resposta da prefeitura ao longo dos próximos anos. E, principalmente, mostram que governar bem não é só prometer — é priorizar e executar com inteligência desde o início.
Perguntas frequentes:
O que é obrigatório fazer nos primeiros 100 dias de um mandato municipal?
Levantamento de dados da gestão anterior, nomeação de equipe, revisão do orçamento, organização dos contratos e atendimento aos órgãos de controle.
Existe legislação específica sobre os primeiros 100 dias de mandato?
Não há uma norma única, mas diversas obrigações legais previstas na LRF, nos regimentos administrativos e nos tribunais de contas precisam ser cumpridas nesse período.
Quais entregas são possíveis mesmo com poucos recursos?
Organização interna, mutirões, digitalização de processos simples, comunicação direta com a população e modernização da gestão com soluções de rápida implantação.
Como a tecnologia pode ser implantada já nos primeiros meses?
A tecnologia pode ser implantada logo no início com foco na automatização de processos administrativos. É possível digitalizar serviços como licenciamento, emissão de alvarás, protocolos e análises técnicas com ferramentas que otimizam o trabalho dos servidores e melhoram a resposta ao cidadão.
Vale a pena investir em tecnologia logo no início da gestão?
Sim. Quanto antes a prefeitura moderniza seus processos, mais rápida será a resposta à população e maior será o volume de entregas ao fim do mandato.
Quais riscos a gestão corre se não organizar bem os 100 dias?
Perda de credibilidade, desperdício de recursos, falhas em auditorias e baixa capacidade de execução ao longo do mandato.