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Sinima: como funciona o Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente
Após a nova lei do licenciamento ambiental, o uso do Sinima tornou-se obrigatório para órgãos licenciadores. Veja como ele funciona e como integrar.
14/08/2025
O Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente (Sinima) é a base de dados oficial que reúne, organiza e disponibiliza informações ambientais de todo o Brasil.
Criado para integrar dados de diferentes órgãos, ele é usado por governos, empresas, pesquisadores e cidadãos que precisam consultar ou fornecer informações relacionadas ao meio ambiente.
Com a nova Lei Geral do Licenciamento Ambiental, todos os órgãos licenciadores — federais, estaduais e municipais — terão que alimentar o Sinima com informações padronizadas sobre os processos que tramitam internamente.

Como surgiu o Sinima
O Sinima foi instituído pela Lei nº 6.938/1981, que criou a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), e ganhou estrutura com o avanço da tecnologia e da digitalização de dados públicos.
No início, seu objetivo era reunir informações dispersas em relatórios impressos e arquivos físicos de diferentes órgãos ambientais.
Com o tempo, tornou-se uma plataforma digital capaz de integrar sistemas estaduais e municipais, armazenar grandes volumes de dados e permitir acesso público a informações de interesse coletivo.
Hoje, o Sinima está em uma fase de consolidação e expansão. A nova lei do licenciamento ambiental exige que ele seja a referência nacional para o registro e consulta de informações sobre licenciamento, fiscalização e monitoramento ambiental.
💡O Sinima não é um sistema para tramitar licenças ambientais. Ele não substitui as plataformas digitais usadas para gerenciar e processar pedidos de licenciamento. Seu papel é centralizar e disponibilizar dados — a tramitação continua acontecendo nos sistemas próprios de cada órgão. | ||
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O papel do Sinima no Sisnama
Para entender o Sinima, é preciso compreender o Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama).
O Sisnama é formado por órgãos e entidades da União, Estados, Distrito Federal e Municípios responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental.
Sua estrutura é composta por:
Órgão consultivo e deliberativo: Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
Órgão central: Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).
Órgãos executores federais: Ibama, ICMBio e outros.
Órgãos estaduais e municipais: secretarias, autarquias e fundações ambientais.
O Sinima é o sistema de informações que conecta todos esses órgãos. Ele não decide, não licencia e não fiscaliza diretamente, mas fornece a base de dados que apoia essas atividades.
Veja como foi a experiência de integração e automatização dos licenciamentos em João Pessoa/PB.
O que o Sinima faz (e o que ele não faz)
O que faz:
Armazena informações enviadas por órgãos licenciadores e fiscalizadores.
Disponibiliza dados para consulta pública, como licenças emitidas e indicadores ambientais.
Permite acesso restrito para órgãos públicos incluírem ou atualizarem dados.
Serve de apoio para formulação de políticas públicas e para ações de fiscalização.
O que não faz:
Não recebe solicitações de licenciamento diretamente do cidadão ou empresa.
Não analisa, aprova ou nega licenças.
Não substitui o sistema local ou estadual usado para tramitar processos.
Não é uma ferramenta de protocolo digital.
Isso significa que, para cumprir a nova lei, os órgãos precisarão ter um sistema de tramitação próprio e garantir sua integração com o Sinima.

Tipos de dados disponíveis no Sinima
O Sinima concentra informações ambientais de interesse nacional, como:
Licenças ambientais emitidas (prévia, de instalação, de operação);
Autorizações e permissões;
Estudos e relatórios de impacto ambiental;
Dados sobre qualidade da água, ar e solo;
Monitoramento de fauna e flora;
Relatórios de fiscalização;
Programas e planos ambientais.
Algumas dessas informações são públicas e podem ser consultadas livremente; outras, de caráter técnico ou sigiloso, ficam restritas a órgãos autorizados.
Como funciona a integração com o Sinima
O fluxo básico é:
O órgão ambiental recebe o pedido de licenciamento no seu sistema de tramitação digital.
O processo é analisado, aprovado ou negado nesse sistema.
Ao final (ou em etapas definidas), os dados relevantes são enviados automaticamente ao Sinima.
Se o órgão não tiver integração automática, será necessário inserir as informações manualmente — o que aumenta o risco de erros e atrasos. A Aprova possui mais de 200 integrações prontas para uso, e pode garantir que as informações cheguem ao Sinima no formato exigido pela lei.
Benefícios do Sinima para a gestão pública
Transparência: permite que qualquer cidadão acesse dados ambientais de forma rápida.
Integração nacional: conecta dados de diferentes esferas de governo.
Padronização: cria um formato único de registro, evitando divergências.
Apoio à fiscalização: facilita o cruzamento de informações entre órgãos.
Gestão baseada em evidências: fornece insumos para decisões estratégicas.
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Impactos da nova Lei Geral do Licenciamento Ambiental
A principal mudança é que o envio de informações ao Sinima passa a ser obrigatório para todos os órgãos licenciadores.
Isso traz três grandes impactos:
Uniformização: todos terão que seguir o mesmo padrão de dados.
Maior controle: a União poderá acompanhar mais de perto a atuação de estados e municípios.
Exigência tecnológica: órgãos terão que modernizar seus sistemas para integrar com o Sinima.
Comparativo prático: com e sem integração
Município A (sem integração)
Recebe licenças em papel ou num sistema local não integrado.
Precisa inserir dados manualmente no Sinima.
Corre risco de atrasar atualizações e de cometer erros.
Gasta tempo e recursos com retrabalho.
Município B (com Aprova integrada ao Sinima)
Recebe, analisa e aprova licenças 100% online.
Dados são enviados automaticamente ao Sinima.
Cumpre a lei com menos esforço.
Oferece mais agilidade e transparência ao cidadão.
🚨 Opinião do especialista:

Benefícios para o setor privado
Para empresas e empreendedores, a integração do licenciamento digital com o Sinima significa:
Menos burocracia: eliminação de exigências duplicadas.
Mais previsibilidade: informações claras sobre prazos e requisitos.
Acompanhamento online: monitoramento do andamento via sistema local.
Segurança jurídica: registro oficial da licença no Sinima.
Desafios para os órgãos ambientais
Garantir infraestrutura tecnológica adequada.
Treinar servidores para operar sistemas e integração.
Assegurar a qualidade e atualização das informações enviadas.
Adaptar processos internos para atender aos novos padrões.
Assista: como o Instituto Ambiental Itajaí Sustentável (INIS), se tornou o primeiro órgão ambiental 100% digital de Santa Catarina.
FAQ – Perguntas frequentes sobre o Sinima
1. O Sinima é um sistema para tramitar licenças ambientais?
Não. Ele é um repositório nacional de dados. A tramitação é feita em sistemas próprios, como a Aprova.
2. Empresas acessam o Sinima?
Não diretamente. Elas interagem com o sistema de licenciamento do órgão ambiental.
3. O que muda com a nova lei de licenciamento?
O envio de dados ao Sinima passa a ser obrigatório, e todos os órgãos devem seguir padrões nacionais.
4. E se o órgão não enviar os dados?
O descumprimento pode gerar responsabilização administrativa e comprometer convênios e repasses.
5. Como garantir a integração correta?
Usando plataformas digitais já compatíveis com o Sinima, como a Aprova.
Conclusão
O Sinima é peça-chave para centralizar e disponibilizar informações ambientais no Brasil, mas ele não substitui o sistema de tramitação.
Com a nova lei, ter um sistema digital integrado é fundamental para cumprir a legislação, garantir transparência e oferecer serviços mais rápidos e confiáveis.