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Na contramão do desmatamento: prefeituras brasileiras deixam de usar 367 toneladas de papel
No país que derruba 359 árvores por minuto, governos investem em automações e inteligência artificial para uma gestão mais eficiente e sustentável.
5 de jun. de 2025

No mês em que o mundo celebra o meio ambiente, o Brasil segue entre os líderes globais em desmatamento. Segundo o MapBiomas, mais de 71 milhões de árvores foram derrubadas em 2025, uma média de 359 árvores por minuto.
O problema, no entanto, não se restringe à floresta. A indústria do papel e celulose - segue entre os setores mais intensivos no uso de recursos naturais, especialmente água e energia. Segundo a Agência Nacional de Águas, o alto consumo só fica atrás do setor de alimentos.
Embora tenha avançado em práticas de reuso e eficiência, de acordo com o Instituto Akatu, até 13 litros de água são usados para produzir uma única folha de papel A4.
Em 2023, o Brasil produziu 25 milhões de toneladas de celulose e 11 milhões de toneladas de papel, mantendo-se como o maior exportador de celulose do mundo e o segundo maior produtor global desse insumo, segundo o Relatório Anual da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá).
Prefeitura sem papel
Diante desse cenário, um número crescente de prefeituras brasileiras incorporou a sustentabilidade na prática prática, tendo a tecnologia como grande aliada na transformação.
Em parceria com a Aprova, 120 cidades já aderiram ao movimento Prefeitura Sem Papel e disponibilizam serviços 100% digitais, processos automatizados e inteligência artificial para triagem e análise de documentos.
Em Patos de Minas (MG), mais de 130 tipos de serviços digitais evitaram o uso de 150 toneladas de papel e resultaram em uma economia de R$ 2,5 milhões aos cofres públicos.
Na capital paraibana, João Pessoa, foram poupadas 5,9 toneladas de papel ao eliminar processos físicos da Secretaria de Meio Ambiente e da Secretaria de Planejamento.
Já na prefeitura de Sorocaba (SP), mais de 350 mil folhas de papel deixaram de ser utilizadas por ano com a digitização dos processos no Protocolo Geral da Seplan.
“Cidades que priorizam tecnologias, automações e IA, colhem resultados mais rápidos. Quando o serviço melhora, o impacto é coletivo, para cidadãos, servidores e para o meio ambiente - e isso vale mais do que qualquer discurso”, afirma Marco Zanatta, CEO e fundador da Aprova.
Em sete anos, já são mais de 68 milhões de folhas, 367 toneladas de papel que deixaram de circular em órgãos públicos. A economia representa uma área equivalente a 18 campos de futebol de floresta preservada e 900 milhões de litros de água, o suficiente para abastecer 125 creches por um ano inteiro.